Caso segue sob investigação; motivação ainda não foi divulgada pelas autoridades
O SINDICEFET/RJ (Sindicato em construção) emitiu nota de pesar
Duas servidoras do CEFET-RJ foram assassinadas na tarde desta sexta-feira (28) após um ataque armado dentro do campus do Maracanã, no Rio de Janeiro. As vítimas são Allane de Souza Pedrotti Matos, professora e coordenadora pedagógica, e Layse Costa Pinheiro, psicóloga escolar. Ambas tinham trajetória marcada pela dedicação à educação pública e ao acolhimento dos estudantes.
O autor dos disparos foi identificado como João Antônio Miranda Tello Ramos Gonçalves, funcionário afastado da instituição. Ele foi encontrado morto logo após o ataque, em um caso investigado como homicídio seguido de suicídio.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou perícia no local e segue apurando a motivação do crime, que ainda não foi esclarecida. A direção do CEFET-RJ decretou luto e suspendeu as atividades acadêmicas.

As autoridades reforçam a importância de evitar a divulgação de boatos e de respeitar a memória das vítimas, preservando o andamento da investigação.
NOTA DE PESAR
Hoje, toda a comunidade do CEFET-RJ foi atravessada por uma tragédia irreparável. Duas colegas, uma pedagoga e uma psicóloga, tiveram suas vidas brutalmente interrompidas dentro do espaço de trabalho, um local que deveria representar acolhimento, educação e segurança. O autor do crime, também servidor e pedagogo, igualmente perdeu a vida. Três trajetórias, três histórias, três famílias dilaceradas.
Como trabalhadores técnico-administrativos em educação, sentimos profundamente este golpe. Somos uma categoria que convive diariamente com conflitos complexos: estudantes, responsáveis, docentes, terceirizados, demandas institucionais e pressões que se acumulam em um cotidiano já árduo. Sabemos que as adversidades enfrentadas pelas vítimas e, possivelmente, também pelo colega que cometeu o ato extremo, não surgiram do nada. Elas se alimentam de um ambiente de sobrecarga, invisibilidade e ausência de políticas institucionais que reconheçam a importância, a vulnerabilidade e os limites do trabalho TAE.
Esta tragédia não pode ser reduzida a um episódio isolado. É consequência de um adoecimento institucional que há anos se impõe sobre uma categoria historicamente negligenciada, sem normativas claras de atuação, sem estrutura adequada, sem escuta, sem cuidado.
Manifestamos nosso luto pela perda das colegas e pela destruição de três vidas. Expressamos também nossa indignação diante de um cenário que poderia, e deveria, ter sido evitado. Que este momento de dor sirva, ao menos, para romper o silêncio e exigir mudanças estruturais que protejam trabalhadores, garantam condições dignas de atuação e reconheçam a humanidade daqueles que sustentam, com esforço diário, o funcionamento da instituição.
Que a memória de nossas colegas seja honrada com verdade, com justiça e com ação concreta. E que nosso luto se transforme, coletivamente, em luta por condições dignas, seguras e humanas de trabalho.
Dos colegas e amigos do SINDICEFET/RJ (Sindicato em construção)
Por Redação







